segunda-feira, julho 27, 2009

Amy e sua televidão


Amy passou a vida na rua. Estudava no período da amanhã e o restante do dia, jogava bola, subia em arvores e jogava videogame - naquela época era superNES.
Amy nunca dedicou seu tempo á televisão. Ela ficava esquecida na estante. Virava cabideiro de roupa. Fora o pó que acumulava.

Sua Mãe, uma jovem costureira que assistia todas as novelas globais entre as pausas da faxina. Nunca perguntou a Amy porque a televisão de seu quarto era cama do gato branco, que deixava rastros de pelos sobre o aparelho. Fora as roupas e etc.
Se ela pergunta-se ouviria: "Prefiro jogar bola na rua".

Conforme os anos passaram. Os amigos cresceram e mudaram de bairro. Amy jogava bola na parede. E levava seus cachorros para passear. (Amy substituiu o gato branco, que morreu de leucemia por dois cachorros).

As noites ficaram vazias e Amy acabou na televisão. Graças a vida classe-media ela tinha TV a cabo. Passava direto pelos canais Globo, Sbt, Extinta Manchete e por assim adiante. Parava na Warner, Fox, Discovery... tornou-se uma enlatada americana. Problemas com isso, nenhum! Melhor assistir qualquer enlatado do que programas de fofocas ou que induzem a fofoca.

Amy começou a trabalhar e foi para a faculdade. Aprendeu que televisão é alienação. Se ela concorda? Em termos. Amy gosta de ser complexa e pensar que alienado sempre vai ser alienado. Mas ela gosta de ver suas teorias caindo por terra ou somando algo. Amy leu Industria Cultural e ficou na dúvida. Mas orgulhosa não se rendeu. E pensou: "Tudo é relativo" e o cara e velho de mais pra saber o que é bom ou não. Viveu numa época de bastardos.

Se ela está errada não sei. Mas disseram que ela era burra por tal posição. Amy discorda. Ou como ela mesmo diz "Está pagando minhas contas?! Não. Então procura alguém pra fazer 'amor' que você está precisando.

Pois é, as vezes Amy pega pesado. Mas estará ela certa ou errada? Posso afirmar que cada 100 respostas, será metade 'certa, metade 'errada'. Nessa estatistica entra a complexidade de Amy. Onde ela acredita que tudo depende dos olhos de quem vê. O que a pessoa carrega atrás da retina, contem marcas, desesperos, alegrias e muito mais que palavras não sabem.

Enquanto isso, Amy segue sua vida...


É pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado. Friedrich Nietzsche



Até os meus próximos passos!

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